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Artigos

  • Salão dos românticos

    Jornal do Commercio (RJ), em 16/12/2010

    Na Academia Brasileira de Letras, há um salão bonito, mas um pouco sinistro. É o Salão dos Poetas Românticos, com bustos dos nossos principais românticos na poesia:

  • A favorita do sultão

    Jornal do Commercio (RJ), em 14/12/2010

    Neste início de século e milênio, a mulher pode fazer um balanço de suas conquistas. Escrava submissa do lar, objeto indefeso diante dos apetites machistas, cidadã de segunda classe e serviçal de primeira necessidade, tudo isso ainda não acabou, mas está acabando cada vez mais depressa. A mulher lutou e conseguiu o direito ao voto, ao mercado de trabalho, ao divórcio, à pílula. Ganhou todas. Não funciona mais como a favorita do sultão -o homem.

  • Nome aos bois

    Diário da Manhã (GO), em 11/12/2010

    Leitora de distantes terras, acho que de Garanhuns ou mais longe ainda, manda-me e-mail reclamando de algumas coisas e elogiando outras. Diz ela que não se espantou quando soube que o noivo, vindo ao Rio a trabalho, foi atropelado na N. Sra. de Copacabana e removido, com risco de vida, para um hospital na zona sul.

  • Deus e o diabo

    Jornal do Commercio (RJ), em 23/11/2010

    Desde criança -e bota muito tempo nisso- ouvia os adultos falarem, com voz sinistra, sobre o dia em que "os morros ocupariam o asfalto". E olha que os morros, naqueles distantes idos, não eram o que são hoje. Eram moradia de gente pobre que chegava à antiga capital da República para ganhar a vida.

  • Amor virtual

    Jornal do Commercio (RJ), em 18/11/2010

    Recém chegado ao universo virtual, tenho sentimentos contraditórios a respeito da nova linguagem que, aparentemente, e até aqui, está unindo homens e mulheres, velhos e crianças, doentes e sadios numa humanidade especifica, que, por não ter existido antes, agora está sendo testada.

  • O verbo e a verba

    Folha de São Paulo, em 14/11/2010

    O bom senso recomendaria que eu comentasse a eleição passada. Mas quase todos os cronistas escreveram sobre o assunto, com mais entusiasmo e mais autoridade do que eu.

  • Esquema de salvação nacional

    Folha de São Paulo, em 12/11/2010

    Volta e meia, apesar dos meus esforços em contrário, sou assediado por pessoas mal informadas que me pedem conselhos e me consultam sobre problemas não só nacionais como internacionais.

  • Pau de sebo

    Jornal do Commercio (RJ), em 11/11/2010

    Já vi muita coisa neste mundo, mas nunca assisti pessoalmente a um pau de sebo de verdade, uma brincadeira que me parece caipira e que alegra as festas do povo em geral. Mas sei do que se trata. Aparecem os candidatos a um prêmio colocado no topo de um mastro de madeira ensebada com graxa ou outro deslizante qualquer. Todos tentam subir para ficar de posse do prêmio colocado no topo -uma galinha, uma cesta de ovos, uma garrafa de cachaça, um chapéu de couro.

  • Gran Circo Brasileiro

    Folha de São Paulo, em 31/10/2010

    O mais complicado é arranjar uma lona de boa qualidade que cubra os 8.514.876,599 de quilômetros do território nacional. Uma lona que custa os olhos da cara, mas que alegislação permite que seja rateada por uma vaquinha presidida pelo tribunal competente e por doações de patrióticas empresas e instituições, além, é claro, de todos os candidatos e eleitores que de alguma forma gastam em propaganda e deslocamentos por terra, mar e ar.

  • Tá chegando a hora

    Folha de São Paulo, em 28/10/2010

    Não esqueço o último programa feito para a TV pelo ex-presidente Figueiredo. Era, na forma e no conteúdo, a prestação de contas do que ele havia feito e conseguido em seu longo mandato. Não me refiro àquela entrevista pessoal que concedeu ao Alexandre Garcia, pedindo que o esquecessem — um pedido ocioso, pois seria esquecido mesmo.

  • Que pena!

    Folha de São Paulo, em 24/10/2010

    Não dá para entender. Montado em 81% de aprovação popular, com sua candidata Dilma abrindo vantagem nas pesquisas para a decisão do segundo turno, Lula abdicou do seu dever de presidente de todos os brasileiros.

  • Sabedoria política

    Jornal do Commercio (RJ), em 21/10/2010

    Gosto de citar um personagem de Dickens que condensa grande parte da sabedoria política de todos os tempos, modos e lugares. Trata-se de Pickwick, espécie de moralista quixotesco que, sem saber, muitas vezes parecia um cínico em disponibilidade. Tinha discípulos que eram quase apóstolos, nada faziam sem consultar o mestre. Um dia, perguntaram-lhe o que deveriam fazer quando encontrassem uma multidão gritando uma causa - qualquer causa. Pickwick respondeu: 'Gritem com a multidão'.

  • Direita e esquerda

    Jornal do Commercio (RJ), em 19/10/2010

    Não ser da direita nem da esquerda, nem mesmo do centro, tem suas vantagens, apesar da solidão e dos ataques que se recebe de todos os lados. Assumindo atitudes e pensamentos ora da direita, ora da esquerda, ora do centro, por isso ou por aquilo, conhece-se cada lado ideológico, político e comportamental, suas contradições, seus oportunismos e, frequentes vezes, sua idiotice.

  • Programas e Biografias

    Folha de São Paulo, em 17/10/2010

    Os especialistas em eleição, os formadores de opinião e a maioria dos cronistas políticos cobram dos dois candidatos presidenciais os programas e metas que pretendem implantar. Creio que ambos já falaram bastante sobre isso, estabeleceram as prioridades básicas (educação, saúde, segurança etc.). No fundo, os programas não se diferem no essencial, as diferenças ficam por conta de detalhes pontuais, sujeitos às circunstâncias de cada problema ou desafio.

  • Estrada de Damasco

    Diário da Manhã (GO), em 14/10/2010

    Doutores da alma humana garantiram que nunca é tarde para a conversão súbita. O caso mais famoso foi o de Saul de Tarso, que caiu literalmente do cavalo na estrada de Damasco e se transformou em são Paulo, apóstolo dos gentios e nome de um Estado da Federação brasileira.